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quarta-feira, 23 de maio de 2012

SUCESSO DEPENDE MAIS DA PRÁTICA DO QUE DO TALENTO, DIZEM ESTUDOS

O caminho para a excelência é mais uma opção do que uma aptidão inata, mas prática exige esforço intelectual e não é nada divertida

Popularizada no livro Fora de Série – Outliers, do jornalista americano Malcolm Gladwell, a teoria das dez mil horas afirma que são necessárias cerca de dez mil horas de prática – aproximadamente dez anos – para desempenhar uma tarefa com excelência. A teoria guarda uma ressalva importante, porém, ao tratar da prática – não basta repetir algo por muito tempo e achar que a repetição, por si só, melhorará o desempenho em uma tarefa específica. Dirigir por dez mil horas no trânsito de Curitiba não transformará ninguém em um piloto da Fórmula 1.
De acordo com estudos publicados nos últimos anos, o grande diferencial entre quem alcança a excelência e os demais profissionais está na chamada “prática deliberada”, termo que ficou conhecido após a publicação de um estudo realizado pelo psicólogo Anders Ericsson, da Florida State University, chamado “O Papel da Prática Deliberada na Aquisição do Desempenho Notável”.
“A diferença entre o desempenho de um ‘expert’ e de um adulto normal não é imutável, isto é, não ocorre devido a um talento genético. Em vez disso, a diferença reflete um esforço deliberado ao longo de toda uma vida para melhorar o desempenho”, escreveu ele no artigo.
Os estudos de Ericsson e outros especialistas deram vida a uma corrente de especialistas em gestão de pessoas que afirma que o talento natural é superestimado e que as aptidões inatas são bem menos importante do que costumamos imaginar. Tornar-se um Tiger Woods ou um Mozart, de acordo com eles, depende menos de uma genética favorável ao golfe e à música do que da dedicação intensa nessas tarefas.
A conclusão de Ericsson se deu ao perceber algo comum a todos que obtém um desempenho de alto nível: não importa quem sejam, sempre foram necessários muitos anos para se tornarem excelentes. Mas essa conclusão ainda estava incompleta. Em muitos casos, passar vários anos realizando uma tarefa não era garantia de sucesso, o que foi verificado ao analisar o resultado de anos de estudos de violinistas ou enxadristas. A questão, então, não era apenas dez mil horas de prática, mas sim dez mil horas de prática de qualidade, ou a prática deliberada.
O jornalista americano Geoff Colvin, editor da revista Fortune, debateu longamente o assunto no livro Desafiando o Talento – Mitos e Verdades Sobre o Sucesso, em que definiu o que é a prática deliberada. “A prática deliberada se caracteriza por vários elementos. É a atividade projetada especificamente para melhorar o desempenho, muitas vezes com a ajuda de um professor; pode ser muito repetida; o feedback está continuamente disponível; exige muito intelectualmente, seja em um atividade puramente intelectual, como xadrez ou exercícios relacionados aos negócios, ou fisicamente, como nos esportes; e não é muito divertida [leia mais ao lado sobre esses cinco elementos].”
Mas como fazer para a exercer a prática deliberada e não desistir no meio do caminho? O consultor em gestão de pessoas Eduardo Ferraz, que também discute o tema em seu livro Vencer É Ser Você – o mais vendido da área de negócios da Livrarias Curitiba nas últimas semanas –, afirma que o importante é manter a disciplina e ter consciência de que o aprimoramento do desempenho leva tempo. “Quando você tem noção de que é algo que leva tempo, que não é algo que você vai conquistar em apenas alguns meses, fica mais fácil de não desistir”, diz. De acordo com ele, por experiência ao observar outros profissionais, a prática deliberada já começa a dar resultados financeiros a partir do primeiro ano. “A pessoa só se torna excelente com 10 mil horas, um pouco mais ou menos, dependendo de cada um, mas o retorno financeiro aparece com mil horas.”

Fonte: Gazeta Maringa
Breno Baldrati

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