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segunda-feira, 5 de março de 2012

O DESAFIO DE RETER TALENTOS

As grandes empresas são formadas por profissionais competentes, mas que no fundo são seres humanos movidos por vontades, desejos e sonhos. E são estas pessoas que constroem, fortalecem e fazem as grandes companhias crescerem e se desenvolverem.
Porém, as diversas e atraentes ofertas no mercado fazem muitas vezes as empresas perderem seus profissionais mais talentosos. E isso tem tirado o sono das lideranças e, principalmente, da área de recursos humanos.
O problema é que, bem objetivamente, as organizações e seus líderes ainda não valorizam, de fato, suas pessoas. Um reconhecido estudo, o Leadership Quarterly, publicado pela Universidade do Estado da Flórida, revelou que 39% dos trabalhadores ouvidos disseram que o seu supervisor não consegue cumprir promessas; 27% afirmaram que o seu supervisor também fez comentários negativos sobre eles para os outros funcionários ou gerentes; outros 24% indicaram que o seu chefe invadiu sua privacidade; e 23% disseram que seu supervisor culpava os outros para encobrir erros pessoais ou minimizar o embaraço.
A realidade do mercado brasileiro, pela minha experiência, é também em essência muito parecida com a desse estudo. Os funcionários não deixam as companhias - eles deixam, na realidade, os chefes ruins. Ou seja, realizar uma comunicação efetiva com os empregados deve ser uma tática fundamental para manter a saúde da organização.
Então, qual seria enfim o pulo do gato para se reter talentos? Esta é a grande indagação do momento entre os líderes.
No meu entendimento, as companhias e os grandes empresários precisam urgentemente saber identificar os pontos falhos do ambiente de trabalho e da empresa, para entender porque seus profissionais buscam outras oportunidades. Muitas vezes, a resposta vem de uma pergunta bem simples: "O que está faltando aqui para você?". Daí, sim, objetivamente, é possível entender a razão da insatisfação dos seus talentos. Encoraje, portanto, os seus profissionais a compartilhar suas preocupações.
O líder, por sua vez, deve também partilhar as suas angústias com os funcionários. Desta forma, o diálogo efetivo acontece, favorecendo a abertura e o aumento da confiança entre todas as partes envolvidas.
Além disso, é importante tratar os colaboradores de forma justa e respeitosa. Eles são os melhores ativos da empresa, portanto, deve-se protegê-los e alimentá-los, mostrando o quão importante são suas contribuições para a companhia, honrando os compromissos assumidos e esclarecendo as questões quando não for possível executá-los e por qual razão. Desta maneira, cria-se um ambiente de confiança.
Outro ponto importante, principalmente para as novas gerações, é criação de um ambiente de aprendizagem, onde o profissional possa sempre buscar e alcançar todo o seu potencial.
Quando um profissional considera a possibilidade de trocar de emprego é porque as opções que a outra organização oferece são mais interessantes. As preferências que fazem este profissional buscar um novo caminho normalmente surgem da combinação financeira e a não financeira. Em seguida os demais fatores mais avaliados são o clima do ambiente de trabalho e a possibilidade de crescimento profissional, entre outros.
Logo, três fatores se mostram muitos importantes para a retenção de talentos. São eles: o alinhamento dos valores das pessoas com os valores das empresas, a autonomia de decisão e desenvolvimento, e a maestria. Quando um profissional enxerga essas vertentes será muito difícil ele procurar outro trabalho. Lógico que muitas pessoas mudam de emprego por conta dos salários, mas em muitos casos este não é o fator determinante, e sim o conjunto de benefícios não financeiros junto com uma melhor qualidade de vida.
Pode parecer inacreditável, mas ainda hoje existe uma falta de senso do que é realmente um bom ambiente, de um relacionamento saudável com colegas e líderes e, principalmente, das empresas entenderem que as pessoas são também feitas de emoções. Saber, portanto, tratá-las, também levando em conta este âmbito, é fundamental tanto para o bom desempenho individual de cada funcionário como o coletivo.
No panorama geral as empresas e seus líderes têm dificuldades em tratar as pessoas e se sentem mais confortáveis em lidar apenas com o dinheiro. Mas a partir do momento em que o profissional encontra dentro da empresa "a sua casa", no sentido de unir os fatores financeiros e os não financeiros, não há razão para ele sair em busca de novos rumos. Este é o desafio definitivo.

*Timothy Altaffer é presidente da Axialent no Brasil, empresa de consultoria

Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente visão de mercado